quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Avanços nas pesquisas

Logo logo, os jovens diabéticos não precisarão mais se preocupar com injeções diárias de insulina. É o que diz estudo para o desenvolvimento de comprimidos de insulina.

A tentativa de desenvolver um tratamento oral para a diabetes, que tivesse resultados face aos ácidos do estômago, já é uma luta antiga, e até agora todas as tentativas para desenvolver comprimidos de insulina não tem tido muito sucesso devido ao fato da sua digestão resultar numa absorção demasiadamente rápida deste hormônio e, portanto, a quantidade de glicose no sangue baixar muito rapidamente provocando uma situação inversa à hiperglicemia, a hipoglicemia.

Graças a Nicholas Peppas, investigador e professor de química e engenharia bioquímica da Universidade de Purdue, Chicago (EUA) isso pode mudar. Este investigador apresentou recentemente novoos comprimidos de insulina. A inovação dos novos comprimidos encontra-se no seu revestimento que é feito de um novo material que impede a absorção excessivemente rápida do hormônio. A degradação destes comprimidos é mais lenta pois o novo revestimento protege-os da rápida ação digestiva característica do estômago.

A descoberta já se encontra patenteada e N. Peppas já está em fase de negociações com companhias farmacêuticas no sentido de realizar mais testes em outros animais e em humanos. O mesmo investigador afirma que o novo produto de administração oral poderá chegar ao mercado nos próximos 10 anos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Insulina e Alzheimer

Um estudo feito em parceria entre a Universidade federal do Rio de Janeiro e a Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, diz que insulina é ativa no cérebro, e com isso faz coisas incríveis à pacientes que sofrem de Alzheimer.

A pesquisa brasileira e americana analisou os efeitos da insulina em proteínas chamadas ADDLs, que se acumulam em pacientes que sofrem da doença e causam danos nas células.

O que é mostrado no vídeo acima.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A evolução da insulinoterapia

Já vimos aqui no blog que os tratamentos iniciais da diabetes envolvendo a aplicação de insulina no paciente eram vistos como revolucionários. De fato, a insulinoterapia, nos anos 20, salvou muitas vidas e melhorou drasticamente a expectativa de vida dos pacientes. Era uma revolução na área médica. No entanto, depois de alguns anos, os pacientes começaram a reclamar do tratamento. Naquela época, ele era feito com insulina de ação rápida, o que exigia muitas aplicações durante o dia (o hormônio tinha de ser aplicado em cada 3 ou 4 horas). O próximo passo da ciência era, então, aperfeiçoar a insulinoterapia.

No ano de 1936, a protamina, uma proteína de baixo peso molecular, foi utilizada para desenvolver uma insulina de ação mais lenta. Essa proteína era associada à insulina em laboratório e prolongava o efeito da insulina no organismo. Daí, com a protamina e com zinco, a primeira insulina de ação lenta foi produzida. Ela foi chamada de PZI, ou insulina protamina zinco. Seu efeito durava de 24 a 36 horas!

Nos anos 40, foi desenvolvida a insulina protamina neutra Hagerdon (NPH), baseando-se na sua precursora, a PZI. A NPH era nada mais que a insulina protamina cristalizada, que permitia a mistura com a insulina regular em uma mesma seringa. Ela começou a ser disponível em 1950. No ano de 1951, foi desenvolvido outro tipo de insulina: a IZS. Nela, a protamina não foi utilizada. Agora era somente o zinco que era associado à insulina. O objetivo era um só: buscar uma insulina de ação cada vez mais lenta.

Chegamos aos anos 70. Aqui, aconteceram avanços fenomenais na área da genética. Em 1978, foi anunciada, pela primeira vez, a produção da insulina humana em laboratório. Ela foi feita a partir de DNA recombinante, em que o gene da insulina é colocado no material genético da bactéria Escherichia coli ou no fungo Saccharomyces cerevisiae, fazendo com que a insulina seja produzida por esses organismos. Em 1980, essa insulina passou a ser utilizada no tratamento. Não era mais necessário utilizar a insulina animal. Desse modo, as reações alérgicas associadas ao tratamento deixaram de existir de vez!

Os anos 90 levaram a um aperfeiçoamento ainda mais fino. Os análogos da insulina tornaram-se disponíveis: eles eram resultantes de alterações na sequência dos aminoácidos da insulina humana. Como exemplo, temos a Insulina Aspart (1999) e a Insulina Lispro (1996). O mais interessante é que esses análogos podem ser de ação rápida, intermediária ou lenta, o que permite ajustes finos da glicemia na situação pós-prandial (depois das refeições) e durante o jejum.

Bibliografia:
http://www.emtd.com.br/diabetes/diabetes_hist_insulina.htm
http://www.online.karger.com/ProdukteDB/Katalogteile/isbn3_8055/_83/_53/Insulin_02.pdf
Bioquímica e Biofísica Básica - Anita Marzzoco, Bayardo B. Torres - Terceira Edição

A estrutura molecular é desvendada



Os trabalhos de Sanger e Hodgkin, como já foi postado aqui no blog, foram os responsáveis pela determinação completa da estrutura da molécula de insulina. A estrutura primária da molécula é mostrada acima.

A estrutura primária de uma proteína é simplesmente a sequência de aminoácidos que formam a molécula. Conforme o esquema acima, a insulina é dividida em duas cadeias: cadeia A e cadeia B. Na cadeia A, o resíduo A1 (aminoácido de glicina) representa a porção amino-terminal e o resíduo A20, a porção carboxi-terminal. Na cadeia B, o resíduo B1 representa a porção amino-terminal e o B30, a carboxi-terminal (detalhes não mostrados no esquema). Verifique que, no total, a molécula apresenta 51 aminoácidos, como já foi comentado anteriormente. É interessante observar também que há duas pontes dissulfeto entre a cadeia A e a B, além de haver uma ligando dois aminoácidos dentro da cadeia A.

A cadeia A apresenta duas seções de alfa-hélice. Uma é de A2 a A8 e a outra é de A13 a A19 (veja esquema). A cadeia B apresenta apenas uma seção desse tipo: ela é de B9 a B19.

Ainda no que se refere à conformação espacial, o interior da molécula é composto por aminoácidos não-polares, e o seu exterior é formado por aminoácidos polares.

A insulina é sintetizada na forma inativa. Ela é sintetizada como uma única cadeia polipeptídica, apresentando mais 24 aminoácidos ligados ao resíduo B1 e mais 35 aminoácidos ligando B30 a A1. Esses segmentos são eliminados por ação de enzimas, restando as duas cadeias (A e B) unidas pelas pontes dissulfeto, constituindo a forma ativa da insulina.


Bibliografia:
http://www.biotopics.co.uk/as/insulinproteinstructure.html
Bioquímica Básica - Anita Marzzoco, Bayardo B. Torres - Terceira Edição

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Novidades sobre a Diabetes !!!

olá pessoal!

Viajando pela net, procurando me aprofundar no estudo da insulina, encontrei um instituto de pesquisa americano, com atuação na área da Diabetes tipo 1 (insulino dependente), onde testam vários experimentos para tentar previnir a Diabets em alguns casos! vejam a matéria !!!




"Diabetes Tipo 1
Preventing diabetes (Prevenção da diabetes)

O diabetes é caracterizado por um nível persistentemente elevado de glicose no sangue (hiperglicemia), levando a complicações que podem ser agudas ou a longo prazo. Aguda, caracterizada água hiperglicemia e prejudica o equilíbrio de sal e utilização de energia, fazendo com que a sede, a passagem de grandes volumes de urina, desidratação, perda de peso e, eventualmente, disfunção cerebral e coma. Cronicamente, a hiperglicemia provoca alterações degenerativas em muitos tecidos, especialmente vasos sanguíneos, nervos, a retina do olho e os rins. A diabetes é classificada em dois tipos principais: diabetes tipo 1 (DM1, anteriormente chamado de juvenil-início ou diabetes insulino-dependente) e diabetes tipo 2 (T2D, anteriormente chamado de adulto-início ou diabetes insulino-independentes); contas T2D por 85% do Todos os diabetes.

A insulina é o regulador central do metabolismo da glicose e da concentração de glicose no sangue reflete um equilíbrio entre a secreção de insulina e ação da insulina. DM1 é devido à falta de secreção de insulina após a destruição das células produtoras de insulina beta no pâncreas ï ¢ células do sistema imunitário do corpo. T2D é devido à ação da insulina defeituoso ( "resistência à insulina"), ou mais corretamente a utilização da glucose defeituoso através de vias que são sensíveis à insulina. Esta tipologia é demasiado simplista, porque a resistência à insulina contribui para o DM1 e função das células beta deficiência contribui para T2D.

Ambos os tipos de diabetes tem aumentado de forma constante na incidência nos últimos 50 anos e agora representam um grande pessoal, saúde pública e impacto econômico. Atualmente, 100.000 australianos com DM1 depende de injeções de insulina diariamente para permanecer vivo.



Investigadores no Autoimmunity e levar Transplante Divisão pelo professor Len Harrison fizeram muitos avanços na compreensão das causas do DM1 eo desenvolvimento de meios para sua prevenção e cura. Eles foram os pioneiros da família e seleção da comunidade para o diagnóstico pré-clínico e previsão de DM1, um pré-requisito para ensaios de prevenção (www.diabetestrials.org). Tendo testado uma abordagem específica e vacina demonstrou que protegeu ratos de diabetes auto-imune, Prof Harrison, em seguida, realizaram um estudo para demonstrar a segurança ea eficácia potencial desta abordagem em crianças e jovens em risco. Este foi o precursor do atual intranasal insulina julgamento II (INIT II), um multi-julgamento Centro de Prevenção na Austrália e na Nova Zelândia, envolvendo mais de 16.000 parentes DM1 (www.stopdiabetes.com.au). Além disso, outro julgamento para determinar o efeito do anti-inflamatório D3, vitamina esteróides, sobre a progressão do DM1 em pacientes recentemente diagnosticados está quase completo. Prof Harrison e Prof Peter Colman do Hospital Royal Melbourne são os diretores de um dos quatro centros internacionais TrialNet, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, E.U.A., eo JDRF, encarregado de conceber e realizar testes clínicos para prevenir T1D através de um rede de 18 sites colaborativos na Austrália e Nova Zelândia."

P.S.: O texto acima foi traduzido no Google Tradutor, ta certo!

Para acessar o site clique aqui ou no emblema do Instituto.

até mais!!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cristalografia (Dorothy Crowfoot Hodgkin)



Em 1934, após seu retorno à Universidade de Oxford, ela cristalizou e fotografou a insulina. Esta foi apenas a segunda proteína a ser estudada e foi uma grande conquista para o Dra. Hodgkin . Este estudo foi concluído no momento em que as estruturas cristalinas de moléculas simples era um grande desafio. Seus resultados mudaram a face da biologia moderna. Enquanto trabalhava na Universidade de Oxford, ela foi impedida de reuniões de pesquisa do clube química do corpo docente, porque ela era uma mulher. Mais tarde, seu talento e perseverança prevaleceu e ganhou ao longo dos anos alunos e docentes.

Dra. Hodgkin pensava que poderia ser possível determinar a estrutura da insulina por trabalhar com um cristal isomórfico. Um cristal isomórfico é uma molécula derivada de um único átomo e substituído por um mais pesado. Ela acreditava que o átomo de zinco poderia ser adequado para este tipo de manipulação. Este foi o início da investigação que a levaria 34 anos para ser concluído.

Concentrando-se primeiro em suas contribuições à ciência, ela é conhecida como uma das fundadoras da ciência da cristalografia de proteínas. Ela e seu mentor, JD Bernal, foram os primeiros a aplicar com êxito a difração de raios X de cristais de substâncias biológicas, começando com pepsina em 1934.Contribuições de Hodgkin a cristalografia incluem as soluções das estruturas do colesterol, lactoglobulina, ferritina, o vírus do mosaico do tabaco, a penicilina, vitamina B-12, e insulina (uma solução na qual ela trabalhou por 34 anos), bem como o desenvolvimento de métodos para a indexação X-processamento e intensidades de raios. Após o trabalho com Bernal, ela estabeleceu o seu próprio laboratório em Oxford.

Os desafios sempre foram enormes, como toda nova técnica, parece ter atingido limites, que restringiram o tamanho da proteína e poderiam ser resolvidos com sucesso, e cada proteína abordada apresentou problemas específicos . Hodgkin foi eleita Fellow da Royal Society, em 1947, após a publicação da estrutura da penicilina e foi agraciada com o Prêmio Nobel de Química em 1964 para a sua solução de vitamina B-12. A solução da estrutura de insulina veio em 1969, após muitos anos de luta. Em 1988, tirou o máximo partido de técnicas computacionais que agora pode reduzir o tempo de soluções de proteína de anos para meses ou semanas.

Hodgkin foi a primeira das quatro filhas de João e Crowfoot Grace. Seu pai era um arqueólogo que trabalhava para o Ministério da Educação, no Cairo, e sua mãe, uma artista realizada, era uma especialista em têxteis copta. Dorothy casou-se com Thomas Hodgkin, um especialista em Estudos Africanos, em 1937, e tiveram três filhos.

O papel de Hodgkin no campo das ciências políticas e relações internacionais foram constante complemento ao seu próprio trabalho científico. A família inteira se dedicou ao longo de mais de três décadas trabalhando na área pública para a causa da paz no mundo. Ela pertenceu a várias organizações internacionais de paz e, devido a restrições da Guerra Fria, não era permitido obter um visto E.U. até 1990. Embora ela tivesse mais de 80 anos e extremamente debilitada pela artrite reumatóide, não perdeu tempo em fazer uma grande turnê de instituições E.U. para discutir sobre a insulina, a história da cristalografia, e seu futuro. Ela sofreu um acidente vascular cerebral e morreu em 1994.

Bibliografia:
foto: http://www.nobelpreis.org/portugues/chemie/hodgkin.html

http://nobelprizes.com/nobel/chemistry/dch.html

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Os Experimentos de Frederick Sanger

Em 1955 Sanger descobriu a sequência completa de aminoácidos da insulina, provando que as proteínas têm estruturas definidas.

Ele começou por separar e fragmentar a molécula de insulina através da mistura da enzima tripsina com uma solução de insulina. Posteriormente, então assumiu uma forma de cromatografia sobre a mistura aplicando uma pequena amostra da mesma para o final de uma folha de papel de filtro. Passou um solvente através do filtro de papel numa direção, e uma corrente elétrica através do papel no sentido oposto.

Dependendo da sua solubilidade e de carga, os diferentes fragmentos de insulina mudaram-se para diferentes posições sobre o papel, criando um padrão distinto. Sanger chamou esses padrões de "impressões digitais". Tal como as impressões digitais dos humanos, esses padrões são característicos de cada proteína, e reprodutíveis.

Ele reagrupou os pequenos fragmentos em sequências maiores para deduzir a sequência precisa de aminoácidos. Assim Sanger poderia dar a sequência exata dos 31 aminoácidos em uma cadeia e os 20 no outro. Já antes tinha mostrado que as duas cadeias são mantidas juntas para formar uma molécula de insulina, com o auxílio de duas pontes de átomos de enxofre. A localização exata dessas pontes foram determinadas de modo semelhante ao utilizado para a determinação da estrutura das cadeias.

Foi graças a este êxito que ele recebeu seu primeiro Nobel de Química, em 1958. A determinação da estrutura da insulina abre caminho para o desenvolvimento de vários outros estudos semelhantes em outras proteínas, auxiliando a descoberta e cura de outras doenças.


Fonte:
www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1958/index.html
www.biotopics.co.uk/as/insulinproteinstructure.html

sábado, 21 de novembro de 2009

Os anos 50 e 60


As primeiras formas de insulina a serem comercializadas para o tratamento de diabetes eram de origem animal. Por exemplo, a empresa Eli Lilly and Company extraía a primeira insulina comercialmente disponível a partir do pâncreas de animais abatidos. Os principais animais utilizados nesse processo eram o boi e o porco.

A insulina de origem animal foi muito importante nos primeiros anos do novo tratamento. Ela salvou milhões de diabéticos e fez com que o novo tratamento passasse a ser visto como revolucionário. No entanto, ela não é compatível com o hormônio humano, e causava certo transtorno aos pacientes, como erupções na pele e reações alérgicas. O próximo passo dos pesquisadores era, portanto, aperfeiçoar ainda mais a insulinoterapia, de forma a substituir a insulina animal por outra mais semelhante à insulina humana.

O início desse processo foi dado na década de 50. Frederick Sanger, biólogo britânico, publicou um trabalho, no qual ele apresentava a seqüência exata dos aminoácidos na estrutura da insulina. Ou seja, ele determinou a estrutura primária completa da insulina, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Química em 1958.

Na década de 60, outro importante passo foi dado. A química Dorothy Crowfoot Hodgkin recebeu o Prêmio Nobel de Química no ano de 1964 por seus trabalhos na determinação estrutural (ou estrutura tridimensional) de várias moléculas biológicas, dentre elas a insulina. Na sua pesquisa, ela utilizou técnicas de difração de raios – X.

Explicaremos nos próximos posts os trabalhos de Sanger e os de Hodgkin de forma mais detalhada.
Até mais!

BIBLIOGRAFIA:
http://saude.hsw.uol.com.br/insulina-e-diabetes1.htm
http://science.howstuffworks.com/english-biologists/frederick-sanger-info.htm
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc14/v14a06.pdf

O início de uma revolução na medicina



Embora Leonard Thompson tenha sido a primeira pessoa a ter recebido injeção de insulina para o tratamento de diabetes, a primeira pessoa a ser salva da doença após o isolamento da proteína foi a garota Elizabeth Hughes. Até aquele momento, o único tratamento convencional para a diabetes era uma rigorosa dieta, que servia como uma tentativa desesperada de controlar a glicemia. Era, portanto, um dilema: por um lado, evitava-se o coma diabético (causado por uma concentração altíssima de glicose no sangue); por outro, o paciente ia perecendo pela falta de alimentação.

Era o verão de 1922. A menina Elizabeth Hughes estava muito magra, com baixíssimo peso e muito fraca. Sua mãe soube da pesquisa da insulina e procurou Frederick Banting. O médico, no dia 16 de agosto daquele ano, deu início ao novo tratamento na menina Elizabeth. Nas primeiras aplicações, a paciente teve reações de hipoglicemia, além de sofrer dor e inchaço no local da injeção quando grandes quantidades de insulina eram administradas. No entanto, nas semanas seguintes, a menina começou a ganhar peso, a recuperar energias e a crescer. Em pouco tempo, ela deixou o hospital e voltou a freqüentar a escola. O tratamento, então, passou a ser encarado como uma revolução. A recuperação da menina parecia um milagre.

A empresa farmacêutica Eli Lilly and Company, pouco depois dos trabalhos de 1921, se ofereceu para passar a produzir insulina como um medicamento. A empresa conseguiu a licença da Universidade de Toronto e, em novembro de 1922, começou a produzir grandes quantidades de insulina, mais refinadas. Pouco tempo depois, a insulina foi, então, colocada à venda.

BIBLIOGRAFIA:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,876464,00.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Insulin
http://content.karger.com/ProdukteDB/Katalogteile/isbn3_8055/_83/_53/Insulin_02.pdf

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fatores que afetam a absorção de Insulina

Os fatores que determinam a taxa de absorção da insulina após a administração subcutânea incluem tipo de insulina, fluxo sanguíneo subcutâneo, atividade muscular regional no local da injeção e profundidade da injeção (a insulina terá um início de ação mais rápido quando liberada em meio intramuscular do que no meio subcutâneo).

A absorção de insulina também varia de região para região do corpo como se vê na figura. Em geral , a insulina é injetada nos tecidos subcutâneos do abdome, nádegas, região anterior da coxa ou parte dorsal do braço. A absorção é em geral mais rápida a partir da parede abdominal, seguida pelo braço, nádega e coxa. A mudança dos locais de injeção de insulina foi tradicionalmente defendida para evitar a lipo-hipertrofia ou a lipoatrofia, embora estas condições sejam menos prováveis de ocorrer com preparações altamente purificadas de insulina.


Atualmente, o abdome é o local preferido de injeção pela manhã, pois a insulina é absorvida cerca de 20 a 30% mais rapidamente deste local do que no braço.


Fonte:

http://diabetes.tudosobre.org/tratamento/fatores-que-afetam-a-absorcao-de-insulina.html
www.damedpel.com/.../FARMACO%202008%20-%20PROF%20PIZARRO%20-%20INSULINAS.ppt

Isolamento da Insulina!!

O trabalho de Naunyn, Minkowski, Opie, Schafer, e outros haviam indicado que a diabetes é causado pela falta de um hormônio protéico secretado pelas ilhotas de Langerhans, no pâncreas. Para esse hormônio Schafer tinha dado o nome de insulina, e era suposto que a insulina controla o metabolismo do açúcar, de modo que a falta dela resulta no acúmulo de açúcar no sangue e à excreção do excesso de açúcar na urina. Alguns médicos até tentaram alimentar seus pacientes com pâncreas fresco. O experimento fracassou e, provavelmente, deixou alguns pacientes implorando por alguma coisa para limpar o céu da boca, como aconteceu com outras tentativas para substituir a insulina que faltava. Entao chegamos ao ano de 1921 onde um curioso médico, es estudante de teologia, chamado Dr Frederick Banting, lendo em uma revista médica um artigo de Moisés Baron, que mostrava que, quando o ducto pancreático experimentalmente foi fechada por ligaduras, as células do pâncreas que secretam tripsina desgeneravam, mas que as ilhotas de Langerhans permaneciam intactas, entao Banting sugeriu a idéia de que a ligadura do ducto pancreático , destruindo as células que secretam tripsina, podiam evitar a destruição da insulina, de modo que, após um tempo suficiente, depois de desgeneradas as células secretoras de tripsina, a insulina poderia ser extraída a partir das ilhotas de Langerhans intacta.




Decidido a investigar esta possibilidade, Banting (na foto acima junto a seus colaboradores) discutido com várias pessoas, entre os quais estava JJR Macleod, professor de Fisiologia da Universidade de Toronto, lhe deu facilidades para o trabalho experimental.Em seguida, Dr. Charles Best um estudante de medicina, foi nomeado assistente de Banting, e juntos, Banting e Best iniciaram o trabalho que logo traria resultados espetaculares. No laboratório do amigo fisiologista JJR MacLeod, durante estudos em cães tentando demonstrar que a secreção exócrina pancreática poderia destruir o composto químico sintetizado pelas ilhotas de Langerhans, descobriram e isolaram a insulina.

Primeiro teste:

Em 11 de janeiro de 1922, clínicos do Toronto General Hospital prescreveram de modo injetável 15 ml de extrato pancreático a um paciente com diabetes, Leonard Thompson de 14 anos de idade em estado clínico crítico, cujo corpo estava tão devastado pela diabetes que ele pesava apenas 30kg. Houve poucos efeitos em Thompson: o açucar no sangue baixou, o menino teve uma melhora, mais pouco significativa. Ele continuava a se sentir muito mal e em suas nádegas ouve o aparecimento de abscesso estéril no local da aplicação (furúncos). Diante deste fato, o bioquímico JB Collip purificou este extrato pancreático e em seguida foi novamente aplicado em Thompson, desta vez com resposta imediata e eficaz da glicosúria e da cetonúria. Com estes achados, pela primeira vez na história ficou demonstrado, de maneira inequívoca, a relação da secreção interna pancreática e o diabetes melito.
Em razão destas conquistas terapêuticas, em 1923, Banting e Macleod receberam do Nobel Committee of the Caroline Institute, o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

no próximo post falaremos da Cristalização da Insulina !
continue conosco e Bons estudos !!!

CARPE DIEM !!!

Bibliografia:
Foto:htp:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-lG6CVXaAURNxXgR-5ipv6Iuk5c7sNaMNg7cLLwwGhCtB6dMgBBVrXJF8XW9FMeY5SwKwJsNUwFMW5Ozvg25hDX685GtradAGy4MJowigkin8vAMcWJVfPLBljtF1qHIYO6srt-b67BGv/s400/Nobel_Laureates_1923_Banting_Macleod.bmp
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_3493.html
http://saude.hsw.uol.com.br/historia-da-insulina.htm
http://nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1923/banting-bio.html

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nicolae Paulescu: 1921

Nos anos seguintes, diversos pesquisadores tentaram, sem muito sucesso, tratar o diabetes com a administração de extratos de pâncreas retirados de animais. Contudo, uma reviravolta nessa história ocorreu no inicio da década de 1920. Em 1921, a insulina foi isolada pela primeira vez pelo médico romeno Nicolae Paulescu (1869-1931), professor da Universidade de Medicina e Farmácia de Bucareste (Romênia), publicou um trabalho parecido ao de Kleiner, realizado na França e patenteado na Romênia.

Paulescu publicou quatro artigos na secção romeno da Sociedade de Biologia de Paris:
- O efeito do extrato de pâncreas injetado em um animal diabético por meio do sangue.
- A influência do tempo decorrido desde a injeção intravenosa de pâncreas em um animal diabético.
- O efeito do extrato de pâncreas injetado em um animal normal por meio do sangue.

Os resultados de suas pesquisas foram divulgados em 1921 no "Archives Internationales de Physiologie". No entanto, em 1922 Banting (cirurgião) e Ch.H. (Melhor aluno um médico) do Canadá anunciaram a descoberta da insulina, o nome que escolheu para pancreine Paulescu, e no ano seguinte Banting e Macleod J. (professor de fisiologia), recebeu o Prêmio Nobel de Medicina, pela descoberta da insulina.

Contudo, a substância isolada por Paulescu, chamada inicialmente de pancreína, não foi utilizada em ensaios clínicos. Discute-se desde então se Paulescu não tenha sido o verdadeiro descobridor da insulina.

Na mesma época, o médico canadense Frederick Banting (1891-1941) se interessou pelos trabalhos de Minkowski e von Mering e, juntamente com o fisiologista escocês John James Macleod (1876-1935) e com o norte-americano Charles Best (1899-1978), então estudante de medicina, realizou uma série de experimentos que contribuiram para mudar a história da luta contra o diabetes.



Os méritos de Nicolae Paulescu, como sendo o primeiro a descobrir a insulina, foram reconhecidos apenas após 50 anos a partir da primeira patente do processo de produzir insulina.


Bibliografia:
http://www.ici.ro/romania/en/stiinta/paulescu.html
http://www.rounite.com/tag/nicolae-paulescu/
http://analize-si-fapte.com/2008/02/10/precursori-romani-nicolae-paulescu-%E2%80%9Cinsulina-o-descoperire-romaneasca-furata%E2%80%9D/

Os primeiros experimentos



Tudo começou ainda no século 19, no ano de 1889. O médico Oscar Minkowski (imagem acima), juntamente com seu colaborador Joseph Von Mehring (imagem abaixo), decidiu verificar a função do pâncreas na digestão dos alimentos. Para isso, eles removeram o órgão de um cão saudável, a fim de verificar os efeitos da extração na fisiologia do animal. Dias depois, verificou-se que várias moscas estavam se alimentando da urina do cão. A urina foi então coletada e submetida a testes, cujo resultado foi a presença de glicose no material. Imaginou-se, portanto, que o pâncreas era importante para manter a glicose no organismo, evitando a sua perda pela urina.

A associação entre o pâncreas e a diabetes, a partir daí, começou a ser estudada. Em 1901, Eugene Opie demonstrou em um trabalho que a destruição de determinados tipos celulares (hoje, denominado ilhotas de Langerhans) no pâncreas causava diabetes mellitus. Após essa observação, os médicos começaram a supor que era possível combater a diabetes fornecendo secreções produzidas por tais tipos celulares aos pacientes. Entre 1911 e 1912, por exemplo, E. L. Scott, da Universidade de Chicago, utilizou extratos pancreáticos aquosos e percebeu uma pequena diminuição na glicosúria, mas o trabalho não convenceu o diretor da instituição e a pesquisa teve de ser encerrada. Em 1919, Israel Kleiner, na Universidade Rockfeller, obteve resultados similares em um experimento análogo, mas sua pesquisa teve de ser encerrada devido à Primeira Guerra Mundial.

Os anos 20, no entanto, foram diferentes e muito importantes para a história da insulina. Chegamos ao ano de 1921, na pesquisa de Nicolae Paulescu. Seu trabalho foi bastante importante e abriu portas para o tratamento de diabéticos com uso da insulina. É sobre esse assunto o tema do próximo post.


BIBLIOGRAFIA:
http://oquee.org/medicina/descoberta-de-insulina.html

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Insulina - O que é? O que ela faz?

Devido à abrangência do tratamento de diabetes no mundo atual, a palavra insulina já é conhecida por um grande número de pessoas. Para muitas delas, a insulina é apenas uma substância produzida pelo organismo humano e que, tendo sua produção comprometida, ocasiona a diabetes. No entanto, a insulina é muito mais que isso. Ela é um importante regulador metabólico do organismo, apresentando um amplo espectro de ações.

Inicialmente, vamos falar a respeito dos aspectos moleculares referentes à insulina. A insulina é um peptídeo, formado por apenas 51 aminoácidos organizados em duas cadeias polipeptídicas ligadas por pontes dissulfeto. É uma proteína muito pequena, se comparada a outras de importância metabólica equivalente. Ela é secretada pelas células β das ilhotas de Langerhans do pâncreas. A estrutura molecular da insulina pode ser verificada pela ilustração abaixo:



A insulina é, de fato, um hormônio, já que atinge a corrente sanguínea, alterando estados metabólicos de muitas células do organismo. Os principais efeitos da insulina são: aumentar a tomada de glicose pelos tecidos periféricos, como músculos e tecido adiposo, e interromper a biossíntese de glicose pelos hepatócitos (gliconeogênese). Desse modo, o quadro fisiológico clássico do diabético é a hipergricemia (alta concentração de glicose do sangue), já que a insulina, em termos gerais, retira a glicose do sangue.
Vários efeitos fisiológicos da insulina são de cunho anabólico. Dentre eles, os mais importantes são:
· Aumento da síntese de glicogênio hepático e muscular: essa é a forma de armazenamento de glicose no organismo – o glicogênio é degradado em glicose em momentos de hipoglicemia (ou em situações de baixa quantidade de glicose no sangue);
· Aumento da síntese de triglicerídeos: a insulina aumenta a entrada de lipídeos na célula, levando à biossíntese de triglicerídeos através da esterificação de ácidos graxos;
· Diminuição da degradação de proteínas: estudos revelam que níveis plasmáticos elevados de insulina levam à menor excreção de compostos nitrogenados, o que indica que, nestes casos, a degradação protéica é menor;
· Diminuição da lipólise: a degradação de lipídeos é menor;
· Aumento da absorção de aminoácidos no sangue pelas células;
· Aumento da tomada de potássio sanguíneo pelas células.

Há alguns anos, havia o conceito tradicional de que o cérebro era insensível à insulina. No entanto, evidências recentes contradizem essa teoria. Descobriu-se que a insulina age no sistema nervoso central, sinalizando saciedade e diminuindo o apetite. Desse modo, é evidente que a insulina desempenha um papel decisivo no metabolismo da glicose e na regulação do balanço energético do organismo. Os níveis de insulina na corrente sanguínea sofrem contínuas variações, exercendo efeitos fisiológicos muito sensíveis no organismo. Verifica-se, então, a gravidade de distúrbios resultantes do descontrole desses níveis, como a própria diabetes.

Bibliografia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Insulin
Bioquímica Básica – Anita Marzzoco, Bayardo B. Torres
http://www.dq.fct.unl.pt/qoa/qpn1/2002/insulina/A%20minha%20primeira%20p%C3%A1gina_ficheiros/image003.jpg

Postado por: Bruna, João Paulo e Wertley.

domingo, 15 de novembro de 2009

HISTÓRIA DA INSULINA – INTRODUÇÃO

Diabetes sempre foi, ao longo da história, uma doença grave que acomete milhões de seres humanos. Até as primeiras décadas do século 20, não havia tratamento algum para a doença. Os portadores de diabetes tipo 1 morriam rapidamente, enquanto que os portadores da do tipo 2 pedeciam lentamente, sofrendo as graves conseqüências da doença por longo período de tempo. A doença, portanto, significava a morte para os portadores.
No final do século 19, foi descoberta a insulina, um peptídeo produzido pelo pâncreas, capaz de controlar a glicemia sanguínea e, portanto, controlar a diabetes. Na década de 20 do século passado, a insulina foi, pela primeira vez, isolada e utilizada para tratamento de um doente. Desde então, o tratamento ao diabetes foi melhorando de forma progressiva, através da melhoria de técnicas ligadas à insulinoterapia.
De forma breve, colocaremos as ações bioquímicas principais do hormônio insulina no organismo humano nas primeiras postagens do blog. A evolução histórica do uso de insulina para o tratamento de diabetes será colocada de maneira mais detalhada, de forma a se seguir uma ordem cronológica. Estudos mais recentes serão colocados ao final, explorando as possibilidades de tratamento atuais e projetando possibilidades para o futuro.

Postado por: João Paulo.

BOAS VINDAS!!!!!

Saudações !!!!!

Bem vindo ao blog da História da insulina!!!
Somos alunos de medicina, da UNB (Universidade de Brasília) , passando pela disciplina de BIOBIO, ministrada neste módulo por MHL. Mergulhando nos mistérios das reações químicas do corpo humano, nos deparamos com uma descoberta que salvaria a vida de milhões de pessoas no mundo - a insulina - Então saia da mesmice e venha conosco viajar nesta História !!!!!

Carpe Diem!!!